Fenaban se associa ao negacionismo e ignora o caos da crise sanitária que o País enfrenta
A categoria bancária aguardava para esta terça-feira (16), respostas para diversas demandas debatidas em reuniões anteriores sobre o enfrentamento à crise econômica, política e sanitária que o país atravessa. No entanto, nenhum encaminhamento concreto foi apresentado pelos bancos. Apenas análises de viabilidade, ignorando a urgência que o momento exige para tomada de decisões.
A reação dos bancos não acompanha a velocidade da evolução da pandemia. Cleberson Pacheco Eichholz, presidente do Sintrafi Florianópolis e Região, destaca que o clima de frustração é evidente na categoria. "Estamos acompanhando o aumento descontrolado do número de casos, internações e mortes e a Fenaban age como se a pandemia estivesse controlada. É inadmissível no momento em que sequer existem leitos de UTI disponíveis no País, os bancos sigam cobrando da categoria visitas externas, expondo os bancários a própria sorte.”
O Comando Nacional dos Bancários fez duras críticas à postura da Fenaban. A cobrança é no sentido de que os bancos enxerguem o óbvio: medidas adotadas no início da pandemia foram importantes e certamente ajudaram a salvar vidas, mas neste momento é necessário mais rigor. O coordenador da Secretaria Geral da Fetrafi/SC, Jacir Antônio Zimmer, ressalta que, não bastasse a irresponsabilidade de continuar cobrando metas em meio a toda essa crise, os bancos seguem demitindo trabalhadores, contribuindo para o caos social em que o país está submetido.
A exacerbada preocupação dos bancos com os resultados financeiros está contribuindo para a precarização do atendimento, com o fechamento de agências e demissões em plena crise econômica. Os clientes, principalmente os mais vulneráveis, são jogados para a insegurança das enormes filas em lotéricas e correspondentes bancários. Uma total irresponsabilidade do setor que obtém lucros bilionários a cada trimestre.
Dia 24, Lockdown pela vida
O Comando Nacional dos Bancários indica a adesão dos bancários e bancárias à convocação das centrais sindicais para o Dia Nacional de Lockdown pela Vida e pela Saúde, previsto para próxima quarta-feira, 24. Desta forma, na segunda-feira, 22, os sindicatos da categoria deverão realizar plenárias em suas bases para discutir formas de ação em cada local. Os sindicatos devem circular carros de som em suas bases, avisando os clientes para não irem às agências.
Considerando a irresponsabilidade das autoridades que seguem ignorando a gravidade do momento e adotam medidas insuficientes para conter a propagação do novo coronavírus, as centrais estão propondo que os trabalhadores façam um dia de protesto pela vida.
“Estamos na luta com outras categorias e com a população contra a pandemia. Queremos que a categoria bancária seja incluída na lista de prioridades da vacina, já que estamos na linha de frente no atendimento à população. Nessas plenárias, os bancários e bancárias precisam dizer se os protocolos de segurança estão sendo cumpridos em seus bancos, e se eles estão sendo obrigados a fazer visitas”, alertou Juvandia Moreira, coordenadora da Comando e presidente da Contraf.
Com informações Sintrafi Florianópolis